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Além da flora, Lisboa tem outra coisa realmente diferente da Margem Sul que é a chamada democracia. Não era isto que eu queria dizer... Era mais democracia política. Minto: democracia partidária, é isto. Bom, no fundo. Desde que me conheço que em alturas de votar para a câmara do Seixal só se vêem cartazes de um partido, só se conhece o candidato de um partido, só se vota em um partido, estranhamente há mais do que um quadrado no boletim de voto, mas não interessa, e só ganha um partido: o Partido Comunista. Nunca estranhei este facto, confesso: aquilo (a Margem) tem bandas muito fixes, concertos fixes, bom cinema, boas peças de teatro, bom jazz, boas rotundas, bons supermercados Europa, bons circuitos de manutenção (inclusivamente à beira-rio), suburbanos fixes, gangs fixes e os melhores amigos que se pode ter. Nem nunca estranhei o facto de que todos nós ali do concelho fossemos encaminhados, desde muito pequenos, para as várias festas do Avante e que fosse nessas festas (nomeadamente d.A - depois da Atalaia) que nos fossem proporcionadas experiências bastante boazinhas a nível da maluqueira, fazendo-nos crer que o chamamento "camaradas" e que beber moscatel pela garrafa são factos bonitos. E são, verdade seja dita. Pobrezinhos dos que nunca o fizeram.
Bom, mas isto tudo para dizer que ando bastante entusiasmada com estas eleições agora de Lisboa, com a quantidade de candidatos, a quantidade de informação que temos sobre os candidatos (na medida do possível) e com o debate de ontem (ainda que ninguém tenha mencionado o problema gravíssimo que são os pombos e a altura dos pés-direitos das casas de Alfama). É. Cada vez mais me convenço de que viver em Lisboa é que é. Pena que não se consiga pagar o preço que pedem pelas casas, já agora que se fala nisto.