Está bem, a qualidade daquele gelo é muito difícil de encontrar por aí, é um facto. Atrevo-me a dizer que não se encontra em mais lado nenhum, é um facto. O gelo vem bastante moidinho e rijinho, é um facto. É preciso perícia, astúcia, toques de inteligência e brilhantismo para que o gelo atinja aquele ponto perfeito, é um facto. Com jeito, aquilo rende uns bons quarenta e cinco minutos na mão de uma pessoa, é um facto e é um facto que não é para todos. Agora, em relação à lima, à cachaça e ao açúcar em sis, não noto grande diferença.
E depois é a surpresa, não é. A pessoa sai de casa, não é. A pessoa para sair de casa é o que é, não é, mas saiu, pronto. Na esperança, não é. Na esperança de que tudo - incluindo o mundo e o IVA em geral - vai ficar bem, não é. Não consegue trabalhar com o calor e tal, não é. Só a pensar que tem, e tem, de afogar as mágoas six-feet-underianas, não é (quer dizer, lá foi papado; acabou-se o suplício, tá bem, mas fica a mágoa do mau-papamento: deixou-se papar, sim, mas deixou-se papar mal. a medinho, tadinho. bah!). A pessoa começa a perceber que ficar em casa não é solução, não é. Vai daí, chega ali ao
Lux, não é. Ansiando, não é, por linhas de baixo com laivos
gallupianos e muito pulo. A única exigência que tem - a pessoa - é uma coisinha fresquinha, para a tensão não descer enquanto se está lá em baixo no cafôfo ao salto, não é, antevendo a sequência de sonoros muito sebens que
esta gente também ela sebem, pá, proporcionará. Vai daí, não é, 'por favor são duas caipirinhas', não é, 'peço-lhe que saiam com a máxima urgência, porque o concerto está quase a começar', não é, 'sim senhora', não é, e toma lá o presente: 'dezoito euros, por favor'. Quer dizer... Olha, toma lá. E não há-de ser a última vez, sua estúpida.