O Nuno Prata foi o senhor que entreteve, ontem, com uma viola-baixo e uma guitarrinha – que pouco tempo utilizou –, a plateia, da qual fiz parte, do Fórum Lisboa, que esperava sentada – numas cadeiras grandes, daquelas que mais um bocado e não se pisava, como deve de ser, o chão, mas confortáveis – pelo
Josh Rouse. É um tipo de cadeira a dar para o duro, que, à partida, um gajo estranha. Daquelas em que uma pessoa assenta a nalga e antevê o inferno que a espera por cerca de duas ou três horas, dependendo dos
encores, e acusa imediatamente de banhada, mas afinal não. A gente até se sente lá bem. Aconteceu-me precisamente a mesma situação este fim-de-semana, mas com um colchão. O colchão parecia tijolo. Não, a sério, alvenaria pura. Uma pessoa deitava-se e pensava "estou lixada com isto; bonito serviço", mas não. Proporcionou uma noite de incrível descanso. Impressionante. Gostei muito do Fórum Lisboa, nesse sentido.
Bom, uma pessoa olha para o Nuno Prata e vê logo que ele só pode ser de bom fundo. Um rapaz magrinho, médio alto, um bocado de barba a mais, todo vestido de preto desbotado ou castanho-escuro comido pelo sol, cabelo comprido, apanhado, muito bem-disposto, com a calorosa pronúncia do norte e por aí fora. Era o rapaz que tocava baixo nos gigantes
Ornatos Violeta. Bastante interessante, o Nuno Prata. Bastante interessante até porque foi homenzinho para ali chegar, agarrar, e dar um concerto de viola-baixo, com músicas bastante sugestivas, sob ponto de vista narrativo. E foi rapaz – é que foi - que cumpriu, na perfeição, a sua missão: deixar-nos ali prontos para aplaudir com muita força e ansiedade o Josh Rouse. O Rouse, durante quase todo o gracioso e animado concerto que deu, não parava de olhar para os seus próprios movimentos que deambulavam pelas paredes do Fórum Lisboa, fruto do muito bem esgalhado jogo de luzes que por ali andava. Pudera, aquilo estava muito bom. Tive, inclusivamente, a oportunidade, quando tudo tinha já acabado, de lhe dizer pessoalmente, lá no café do Fórum, “nice concert, Josh”, ao que ele agradeceu. Verdade. Uma bela noite, a de ontem.
Quem eu também gostava muito de conhecer era o
Pharrell.