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Ragusa Ibla fica na Sicília, perto da cidade de Siracusa, no sudeste da ilha, mais propriamente. Foi o sítio que mais me impressionou, sem nunca ter conseguido explicar muito bem porquê (afinal, Taormina é tão deslumbrante (ainda que só lá de cima); Segesta é tão deslumbrante (de todos os lados), Cefalú, Palermo e Catânia têm tanto encanto; o catano do vulcão é tão deslumbrante). Até que li as Cidades Invisíveis do Italo Calvino, e cujos excertos pespeguei aqui ainda há pouco tempo. Pois nesse momento percebi que me dediquei, em Ragusa Ibla, a apreciar também o lado da cidade que não via, a falar do que se passava por ali, do que lá vivi ou viveria, sem saber se assim era mesmo, sem nunca lá ter vivido. Parecia que a conhecia bem e de há muito tempo. Apercebi-me de que Ragusa foi o único sítio invisível onde estive até à data. Tenho muitas saudades de sentir isso, essa invisibilidade das coisas. E tenho muitas saudades de Ragusa.
Os meus 29 anos foram do cacete. Dos que mais marcaram a minha existência até à data. À data que corresponde ao dia de hoje: o dia do meu trigésimo aniversário.
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Todos os meses recebo a Mística em casa, revista que conta as emocionantes novidades e histórias riquíssimas do Benfica, esse glorioso clube magnífico cheio de mística de tão vermelho, cá está, ninguém consegue explicar, logo é mística que tem este clube, este clube cheio de fãs, esta espécie de Slayer do mundo desportivo. Místico. Ou mais, ou mais.
De modo que não sei, achei que o título deste post se adequava.