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É a minha pergunta para o dia de hoje. Não se aceita a Benard, dadas as novas conclusões avançadas pela Time Out. Pessoa eternamente agradecida, desde já.
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(a gritar da cozinha)
– Sim, sim! São coisas que podem realmente acontecer.
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– Olhei, gostei mesmo muito. São coisas que podem realmente acontecer, percebes?
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Que cena, men.
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E acho que já está mais do que na altura de seguir os conselhos de Uma Mulher Ideal. Talvez, digo eu.
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E a última vez que fiz uma grande grande grande festa de aniversário foi aos vinte. Há dez anos. Na altura, sofria aquele que viria a ser o maior (melhor) desgosto de amor da minha vida e ouvia, em repeat, o Fear of Fours. E um desenho para esta situação, Helena, é possível encomendar?
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O ano em que vi pela primeira vez vacas a pastarem na Praça de Espanha.
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O ano em que descobri que o Carlos Paião morreu um dia depois de deflagrar o incêndio no Chiado.
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Este ano faço trinta anos. Trinta anos. Cerca de muitos destes anos foram felizmente marcados pela música do Aguardela. Em pessoa e em CD. Viva. Viva mesmo o João Aguardela, que morreu ontem, e que tantas boas músicas e boas recordações nos deixa.
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Mas em cada música não há magia, Dina. Por exemplo, a música que paira na situação "metropolitano". Realmente, a minha incursão por este meio de transporte tem, com efeito, aberto novos horizontes à minha vida. Nomeadamente o da confirmação de que este povo é estranho. Estranho. Eu acreditava em tudo o MEC dizia, e diz, de bom acerca dos tugas (aliás, palavra de MEC para mim é Palavra) – da gente, no fundo –, mas creio que não vai haver mais crónica nenhuma que me valha. Experimentem viajar de metro. Experimentem. Depois digam-me.
Ora, depois da saga dos velhos a cairem-me em cima (que culminou numa catarse trágica total, diga-se), chegou-me às mãos a saga dos que chegam à estação terminal a dormir e não acordam e que são ignorados por toda a gente menos por mim, caso contrário iam parar ao reino maquiavélico dos caboucos onde os metros vão descansar depois de fazerem a última estação. Aí, os adormecedores seriam, provavelmente, devorados pelas mães dos metros que ali estão à espera de seus filhos para lhes darem de comer, para os adormecerem e retirar os chapéus de chuva e os Destaks que lhes deixam dentro do estômago.
O problema não são as pessoas que adormecem, coitadas, e que chegadas à estação terminal não acordam. O problema é, obviamente, o mundo, em geral, e tudo, em concreto. Mentira, também não sou assim tão avessa a pessoas. Mas o problema é que ninguém –ninguém – nin-guém – à excepção, obviamente, desta excelentemente boa pessoa que agora vos escreve (e talvez de outras boas almas, como é o caso do leitor, claro, mas com quem ainda não tive o prazer de me cruzar), se digna a dar um toque que seja no braço do adormecido a fim de o acordar e de o ajudar a descer no destino certo. As pessoas ignoram o facto. Ignoram. Já tive, inclusivamente, de aplicar duas ténicas de acordanço em duas pessoas distintas. O que nos leva também à triste realidade de que: ninguém acorda da mesma maneira.
Pá, não se aguenta.
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A vida é uma merda
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Era uma vez uma vida que era a vida de nós todos. Todos os dias a vida se levantava e arranjava maneira de nos fazer pensar na merda que realmente ela era. Mas um dia chegou o verão de São Martinho, e, então, as nojentas gaivotas apanhadoras de taínhas se transformaram em flamingos saltitantes, comedores de ananases e tâmaras envoltas em bacon. E aí pensámos: céus, ainda é mais merdosa do que realmente pensávamos. Entretanto, em determinada tarde, a vida decidiu retirar-se. E acabou aí a nossa repugnância e encontrámos a paz.
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*...eu sei, eu sei...*
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Estas betinhas de Leiria que têm músicas números um chamadas "To Start", please... To start my ass, filha. E no final? Temos o quê? "Ending"? Jantas com o Jack White em 2009, jantas... Come o teu amiguinho imaginário e deixa os outros em paz, pá.
... porque a vida não pode continuar sem que estes dados fiquem registados. Então, em forma de lista, como o maradona:
– Músicas que mais me marcaram: Shine on You Crazy Diamond, dos Pink Floyd, The Dance, cantada pelo Renato Russo, e Nobody Does it Better.
– Música que mais gostei de ouvir: With Strangers, dos Little Joy.
– Concerto a que mais gostei de assistir: Marcelo Camelo, no Tivoli.
– Álbum que mais ouvi: In the Heart of the Moon, do Ali Farka Touré e do Toumani Diabaté.
– Música que mais gostei de ouvir no Incógnito, em 2008 e sempre: There is a light that never goes out.
– Música que mais ouvi no Incógnito: Kids, dos MGMT.
– Número de vezes que fui ao incógnito: ... men...
– Artista que sempre que tocou no meu iPod eu passei para a frente: Patti Smith.
– Música que mais ouvi, em geral: Intuition, da Feist.
– Melhor coisa que fiz: voltar a ouvir Soundgarden. Superunknown forever!
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Retirar a Patti Smith do iPod.
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A Sam passou-me uma grande cena espectacular de cadeia. Obrigada, a sério. Começo pela foto:
Esta foto chama-se My Own Private Pulitzer e foi tirada pelo meu ma... rido. Retrata o momento em que vi pela primeira vez o meu sobrinho mais novo, recém-nascido. Abraçado a mim está o mais velho. Estamos num exercício de contemplação do bebé. Fixe!
Ora então, escolho um cantor e compositor e também homem com quem, dos 17 aos 23 anos, pensei que iria certamente casar: Beck (I will always love you, honey, no matter what). Eis então as respostas com títulos das canções do meu ex-futuro marido:
1) És homem ou mulher? Girl
2) Descreve-te: E-Pro
3) O que as pessoas acham de ti? Where It's At?
4) Como descreves o teu último relacionamento? Nobody's Fault but My Own
5) Descreve o estado actual da tua relação: Peaches and Cream
6) Onde querias estar agora? Truckdriving Neighbours Downstairs
7) O que pensas a respeito do amor? Debra
8) Como é a tua vida? Tropicalia
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Sing It Again
10) Escreve uma frase sábia: MTV Makes Me Want to Smoke Crack
Passo esta corrente à Helena, ao meu Caracol Perfumado (só mais este, plise...), ao meu Saavedra, à Fafá, à Sara, à Miss Oaktree, ao Kraak, à Andreia, ao Mr. S e ao meu lindo dijay, o Puto.
Um grande beijão a todos, pá! E volta em 2009, Tame the Kant (desculpem, não resisti)!
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Basta-me o meu amor, o rock, a mim (obrigada, Fá) e os meus amigos (por ordem aleatória).
(pensei melhor)