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O mundo divide-se em dois tipos de pessoas: os que se levantam ao primeiro toque do despertador e os adeptos ferverosos do snoozing, que o deixam tocar mais meia-hora, de cinco em cinco minutos. Eu pessoalmente não sei como é que as pessoas do primeiro tipo conseguem ser felizes.
Tudo junto a fluir.
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– Titi, chega aqui.
– Claro.
(Leva-me para um cantinho debaixo das escadas)
– Diz.
(sussurrando)
– Já decidi o que é que quero ser quando for gande.
– Ai sim? Que giro! E então, é o quê?
– Distribuidor de pizas! Vrrrrrum vrrrrrrum...
(?!)
– ... Errr... Mas... Com esta crise e tudo... Tu sabes o que isso é?
– Sim, andam na motinha, com pizas! Vrrrrum vrrrrum...
– Mas... De certeza que não queres ser engenheiro?
– Engenheiro?! O que é isso?!
– Engenheiro, pá! Os senhores que constroem pontes, casas, coisas grandes... São pessoas muito importantes.
– Ah, não. Depois as pontes e as casas: EEEEEEEEEEEE PUUUUM! Caíam.
Conversas Com os Meu Sobrinho Guilherme, Pessoa de Cinco Anos. Não é fácil.
No entanto, chego aos 29 anos e eles começam a cair-me aos pés.
Uma questão que merece o meu inteiro respeito e admiração, mas para a qual, infelizmente, não tenho resposta. E dar-me-ia muito jeito obter uma resposta, até porque já me aconteceu, não uma, não duas, não três, não quatro, mas imensas vezes, estragar todo o meu querido semblante por causa de uma dentição roxa. Isto tudo para dizer que o Tiago conseguiu a proeza de tornar pública aquela que é a maior injustiça da década. Conseguiu a proeza – repito – de tornar pública, na segunda-feira, dia 20 de Outubro de 2008, num fundo amarelo ladeado por uma capa de um autodisco, a maior injustiça da década. Os Radiohead são, obviamente, a melhor banda do mundo.
Precisamente o comentário que ouvi quando me inscrevi no ginásio que frequento. Um ginásio cujos chuveiros do respectivo balneário não dispõem de portas. Ou seja, um ginásio com portas abertas para celulite alheia e respectiva. A world of pain, exactamente, tem razão.
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A música que tem posto a malta toda a pular.
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Vivo com este medo constante –
nem sei se me deva expressar –
de que a falta de tempo onde me
embrulho
não seja mais – afinal – do que
a simples incapacidade de me
organizar.
Outubro de dois mil e oito.