Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor. Eu não quero ver você chorar veneno, não quero beber o teu café pequeno. Eu não quero isso seja lá o que isso for. Eu não quero aquele, eu não quero aquilo. Peixe na boca do crocodilo, braço da vênus de milho acenando ciao.
Não quero medir a altura do tombo. Nem passar Agosto esperando Setembro. Se bem me lembro, o melhor futuro este hoje escuro. O maior desejo da boca é o beijo. Eu não quero ter o Tejo me escorrendo das mãos. Quero a guanabara quero o rio nilo, quero tudo ter: estrela flor estilo, tua língua em meu mamilo, água e sal. Nada tenho vez em quando tudo. Tudo quero, mais ou menos, quanto. Vida vida noves fora zero.
Quero viver, quero ouvir, quero ver.
Zeca Baleiro, brasileiro, aqui nitidamente a cuspir postas de pescada.
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"RUMO A BIZÂNCIO
I
Este país não é para velhos. Jovens
Abraçados, pássaros que nas árvores cantam
– essas gerações moribundas –
Cascatas de salmões, mares de cavalas,
Peixe, carne, ave, celebrando no Verão
Tudo quanto se engendra, nasce e morre.
Prisioneiros de tão sensual música, todos abandonam
Os monumentos de intemporal saber."
Retirado daqui, neste spot de ajuda às pobres almas, onde poderão consultar o nome do senhor que traduziu, bem como o resto da tradução. Que poema bonito e triste...
Agora vou ver se o Bruno ali de baixo ainda me serve cascatas de robalos grelhados a esta hora.
Eu quero agradecer muito a todos os que acolheram, nos respectivos lares, o desconforto existencial que manifestei com o título do filme dos Cohen e que o tentaram sanar. Agradeço do fundinho do meu coração (pobrezinho, que ainda hoje mesmo foi ecocardiografado). Como é óbvio, eu sou uma pessoa que não sabe pronunciar Yeats, quanto mais etc. etc. e etc. Como é outra vez óbvio, meti um "pá" na questão, claro. A acrescer à coisa, não estava ciente de que existia um "that is" subjacente à frase "no country for old men", o que muda tudo. Estranhava a subtileza do pronome, em português. Achava que a tradução tinha de ser mais abstracta, menos específica (este país? este? mas porquê este, men?). Enfim, só problemas onde não há problemas.
Muito obrigada, a sério.
Seria, certamente, um bom tema para um post. Mas há muitos assuntos pendentes por aqui, bem mais importantes. Com certeza que há.
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E o Bombsday só acontece uma vez por ano, de maneira que temos de aproveitá-lo muito bem.
De seguida, adormeci cinco minutos e voltei a acordar com a seguinte educação musical® na cabeça:
Voltei novamente a adormecer, toda contente.
Mas voltei a acordar – porque tinha de ser – assim: viva o / a bomba inteligente! Juro.
Parabéns, minha querida! És a maior. Desejo que estes espectaculares cinco anos (uma vida) se repitam por mais 150 cinco anos espectaculares.