Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007
Estamos, a família, neste momento e pela primeira vez, com um problema daqueles bem grandões. O meu sobrinho, que faz cinco anos em Maio de 2008, confrontado com a clássica pergunta "Querido, és do Sporting ou do Benfica?", responde "Sou dos dois". Perante a insistência das pessoas – "Querido, só podes ser de um. Diz lá de qual és." –, a criança volta a afirmar"Sou dos dois". Tudo bem, na casa da criança há malta dos dois naipes, pode ser disso. Mas... nós não queremos incongruências destas,
pois não? Hoje é do Sporting e do Benfica, amanhã vira-se para o Futebol Clube do Porto só para irritar pessoas da mesma família, ou, pior ainda, torna-se agnóstico... Livra (!). Não,
meu querido, tens de tratar disto o quanto antes. Vá, vai lá.
. Senti muita pena na altura e contigo a sentir muita pena nos dias de hoje. Credo.
Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007
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To forgive.
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007
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Ainda vamos na primeira metade da manhã e já percebi que, enquanto haja pessoas, a minha transformação de preconceituosa para humanista vai ser muito complicada. Fui muito ambiciosa, já vi. Bom, refazendo: a partir de hoje, tornar-me-ei, oficialmente, uma preconceituosa humanista. Vamos ver como corre. Até já.
Quarta-feira, 10 de Outubro de 2007
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Sou uma pessoa preconceituosa. Tenho consciência do meu preconceito, do modo como o exerço diariamente e de como seria bom que eu deixasse de ser preconceituosa rapidamente. Para que se possa ter uma ideia, faz-me espécie uma quantidade de gente. Olha, acho mal que se tenha pena dos gordalhões, por exemplo, que não se aguentam. Discordo de betos, de pessoas que frequentam as Docas, que gastem o seu tempo a ler o Segredo, que acreditam em Deus, que não gostam de cerveja e, inclusivamente, que são preconceituosas. O meu passatempo preferido consiste, aliás, em contraiar preconceituosos, como eu. Basicamente, só gosto dos meus amigos (que, curiosamente, até podem pertencer a qualquer uma das categorias que acabei de enunciar). Ser preconceituoso é extremamente sufocante, castrador e, por vezes, infeliz. Não faço ideia de que seja fruto esta condição: de um coração fechado, fechadinho, sem espiritualidade alguma? de ter muita juventude dentro de mim? de ser ignorante? de ter muita juventude dentro de mim e de ser ignorante e de não ter espiritualidade alguma? será uma forma de vida como outra qualquer? De certa forma, sinto-me uma jovem preconceituosa ignorante, de coração fechado. De maneira que a partir de amanhã, serei, oficalmente, uma jovem humanista ignorante, talvez com alguma espiritualidade, mas não-crente à mesma, e conto, para tal, com a ajuda de todas as pessoas à minha volta. Muito obrigada.
Menos com a ajuda desta:
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é muito, muito, muito, muito, muito lindo.