
Houve um álbum do Beck pelo que estupidamente passei por cima, influenciada por comentários que me levariam à crença de que o Beck, o meu querido Beck, estaria a dar início, neste mesmo álbum, a um declínio musical na sua vida, sem qualquer retorno. “Bah, que seca”, “Lambeta”, “Não há pachorra!” e mais um rol inanarrável de considerações nervosinhas ouvidas mantiveram-me em otocoma profundo durante uns bons tempos.
Ora, graças às minhas queridas férias, foi-me permitida a felicidade de pôr algumas leituras em dia. Graças, por sua vez, a essas leituras, tive a oportunidade de adquirir conhecimentos vários, como por exemplo: o de que a ex-cantora Victoria Beckham (in all her glory) se ter andado a passear pela Sardenha no iate do pirosão do Cavalli, enquanto o desgraçado do marido ganhava o sustento em campo; o de que o bebé Santiago, rebento de Fernanda Serrano e de Pedro Miguel Ramos, já come sopas; bem como o de que, afinal, Sea Change, fruto da dolorosa ruptura de Beck com a namorada de longa data, seria das melhores compilações de melancolias avulsas que se pode ter em casa. Assim que cheguei à civilização, fui atestar o que havia lido. Atestado: nada como uma boa dose de dor de amor para aconchegar o espírito. O espírito dos bem-amados.
Sea Change é tão bom, tão bom, tão bom, que me apetece ir comprá-lo outra vez. Muito obrigada, queridas férias.