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Mas em cada música não há magia, Dina. Por exemplo, a música que paira na situação "metropolitano". Realmente, a minha incursão por este meio de transporte tem, com efeito, aberto novos horizontes à minha vida. Nomeadamente o da confirmação de que este povo é estranho. Estranho. Eu acreditava em tudo o MEC dizia, e diz, de bom acerca dos tugas (aliás, palavra de MEC para mim é Palavra) – da gente, no fundo –, mas creio que não vai haver mais crónica nenhuma que me valha. Experimentem viajar de metro. Experimentem. Depois digam-me.
Ora, depois da saga dos velhos a cairem-me em cima (que culminou numa catarse trágica total, diga-se), chegou-me às mãos a saga dos que chegam à estação terminal a dormir e não acordam e que são ignorados por toda a gente menos por mim, caso contrário iam parar ao reino maquiavélico dos caboucos onde os metros vão descansar depois de fazerem a última estação. Aí, os adormecedores seriam, provavelmente, devorados pelas mães dos metros que ali estão à espera de seus filhos para lhes darem de comer, para os adormecerem e retirar os chapéus de chuva e os Destaks que lhes deixam dentro do estômago.
O problema não são as pessoas que adormecem, coitadas, e que chegadas à estação terminal não acordam. O problema é, obviamente, o mundo, em geral, e tudo, em concreto. Mentira, também não sou assim tão avessa a pessoas. Mas o problema é que ninguém –ninguém – nin-guém – à excepção, obviamente, desta excelentemente boa pessoa que agora vos escreve (e talvez de outras boas almas, como é o caso do leitor, claro, mas com quem ainda não tive o prazer de me cruzar), se digna a dar um toque que seja no braço do adormecido a fim de o acordar e de o ajudar a descer no destino certo. As pessoas ignoram o facto. Ignoram. Já tive, inclusivamente, de aplicar duas ténicas de acordanço em duas pessoas distintas. O que nos leva também à triste realidade de que: ninguém acorda da mesma maneira.
Pá, não se aguenta.